segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Santanenses ilustres se encolheram



O santanense Paixão Flores foi convidado pelo nosso Movimento a dar um depoimento sobre a necessidade de limpeza e restauração da Praça dos Cachorros e do Parque Internacional. Esperamos várias semanas, mas o protótipo de gaúcho falhou conosco. Pode ser que não ache importante recuperar o espaço público para a cidadania santanense e riverense.

Já se vê que prefere participar de campanhas publicitárias pagas regiamente pelas empresas de telefonia, como a Claro Digital. Por óbvio, conosco não seria remunerado, tratava-se de uma participação cidadão, em favor de sua cidade natal que se desfigura pelo descaso de sucessivas administrações municipais que ficaram alheias à comunidade.

Outro santanense conhecido, e que foi convidado a manifestar a sua posição sobre a Praça dos Cachorros, foi o jornalista Juremir Machado da Silva. Estamos até hoje esperando as suas palavras, algumas linhas, acerca da restauração da linha de fronteira.

A omissão, a renúncia à participação cidadã, a pusilanimidade política são falhas lamentáveis em qualquer pessoa, especialmente se esta for um indivíduo esclarecido, um ilustrado, que teve chance na vida, mas que por algum motivo interno resolve negar a sua contribuição social.

Aliás, os governantes mal-intencionados e negligentes exatamente se desobrigam de suas responsabilidades quando se deparam com cidadãos omissos e encolhidos na sua própria mesquinhez individual e pequeno-burguesa. O encolhimento de muitos é um estímulo aos administradores públicos descumpridores de seus deveres.      

Muitos outros santanenses ilustres foram convidados a participar, não vamos citar mais nomes. Mas, por algum motivo, muito forte ou muito trivial, resolveram renunciar à sua cidadania santanense.

Talvez, no seu gritante silêncio, reconheçam de fato que não a merecem.  

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

E Rivera não vai se mobilizar?



Mesmo aos trancos e barrancos, negaças e embromações (e um rosário de mentiras) da administração Wainer, o processo de desocupação da linha de fronteira está em andamento, pelo lado brasileiro. É de se registrar que não há prazo algum para a prefeitura de Livramento restaurar a Praça dos Cachorros e muito menos o Parque Internacional, este ainda em estaca zero de solução.

Contudo, preocupa-nos é a morosidade do lado uruguaio. Representantes da nossa Comissão de Mobilização estiveram por duas ocasiões na Intendência de Rivera, em ambas as vezes foram recebidos pelos senhor Briz, uma espécie de relações públicas do Intendente Marne Osório (Partido Colorado).

Sempre ouve o compromisso – pelo menos verbal – de livrar a praça e a 33 Orientales da presença do comércio ambulante irregular. Mas até o presente momento os ambulantes continuam operando no mesmo local e de forma completamente ilegal. Nas audiências que tivemos na Intendência, nos foi mostrado o esboço de projeto arquitetônico a ser montado para os ambulantes. Como se vê, tudo isso permanence no papel e na retórica fácil das autoridades municipais uruguaias. De concreto, não temos absolutamente nada.

De outra parte, é necessário que haja uma mobilização mais efetiva e organizada por parte da comunidade riverense. Se nota, que o descaso, a morosidade e o discurso fácil são comuns nesta linha de fronteira, tanto em lado brasileiro, quanto em lado uruguaio. Até aí estamos empatados e solidários na irresponsabilidade do poder público local.

Entretanto, há uma distinção que é preciso registrar: enquanto em Livramento houve a mobilização por parte de um grupo de cidadãos, cidadãs, entidades sociais, promotoria pública e Poder Judiciário, em Rivera, nada disso foi logrado, ao contrário, há uma calmaria que parece imitar a lerdeza do poder público.    
    
É hora, pois, de a comunidade riverense reagir e começar a exigir providências da Intendência local. É preciso lançar um blog, a exemplo que fizemos aqui, divulgar reuniões, mostrar o descaso das autoridades, estampar fotografias que possam constranger os responsáveis, mobilizar o comércio formal no sentido de auxiliar na pressão contra os administradores municipais, chamar os estudantes, conclamar a imprensa e os parlamentares que representam Rivera no poder central de Montevideo.

Este blog, seus ativistas, e colaboradores estão prontos para se juntar solidariamente à luta da comunidade riverense.   

Juntos somos mais. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As tendas do Wainer estão criando raízes



A fotografia acima foi tirada no domingo passado. Observem que uma das tendas dos ambulantes já está dotada de porta de zinco. Isto significa que estão deixando de ser provisórias para se tornarem permanentes. Estão criando raízes, como se diz.

É assim que se criam as deformidades urbanas, o que era para ser temporário, cria estabilidade. O ambulante que construiu a porta, certamente, está inseguro e tratou de diminuir a sua temeridade com uma porta metálica.

Por enquanto é apenas uma banca que apresenta porta. Mas a tendência é este procedimento virar rotina nas tendas projetadas pela administração Wainer Machado - a grande obra criativa do atual prefeito. 

Como se vê, ainda não tivemos a solução definitiva do problema caótico da linha da fronteira. Nem a Praça dos Cachorros foi restaurada, nem os camelôs estão em local digno e legal.

Wainer Machado está enxugando gelo e continua enrolando a comunidade santanense, cerca a Praça, não faz a restauração e monta tendas precárias em plena via pública. A ilegalidade permanece e o descaso do Poder Executivo aumenta.

Fotografia pescada no portal Filhos de Santana, nosso parceiro no movimento.  

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O silêncio sepulcral dos vereadores santanenses



Como todos sabem este blog é o porta-voz privilegiado, mas não exclusivo, de um movimento em favor da desocupação e restauração completa da Praça dos Cachorros e do Parque Internacional, que há mais de trinta anos enfeiam e tornam caótica a situação na linha de fronteira.

Começamos a nossa mobilização em julho de 2010, durante este período obtivemos a adesão de cerca de oito mil pessoas, através de um abaixo-assinado,  entre santanenses, riverenses, e amigos de Livramento. A repercussão deste trabalho político (mas não partidário) foi longe, saíram matérias e reportagens em inúmeros órgãos da imprensa, no RS e no Uruguai.

Depois de 16 meses de ativismo aqui no blog, mas sobretudo em reuniões com entidades, associações de classe, debates abertos e em programas de rádio, e diálogo permanente com autoridades do Ministério Público, Poder Judiciário e mesmo com setores profissionais da Prefeitura Municipal de Livramento e de Rivera, podemos afirmar que convergimos com o conjunto da comunidade santanense e riverense. Fomos bem recebidos e acolhidos em todos esses âmbitos e instâncias de autoridade, entretanto, chama a atenção é o silêncio da Câmara Municipal de Vereadores de Livramento. Um silêncio de cemitério.

Nesta, que deveria ser a casa viva e ativa do povo santanense, tivemos apenas silêncio e nada mais. Salta aos olhos a omissão dos vereadores – de todos os partidos – quanto aos interesses legítimos da nossa comunidade, parece que não há o menor interesse para a solução definitiva de um problema de três décadas, bem como a destinação de um local de trabalho digno para os vendedores ambulantes de Livramento, vítimas que foram de antigas políticas macroeconômicas que desempregavam e excluiam os trabalhadores do mercado formal de trabalho.

Ano que vem temos eleições municipais, muitos destes vereadores irão se apresentar à comunidade como candidatos à reeleição, outros, se apresentarão como candidatos ao Executivo.

Por isso, prezado eleitor, prezada eleitora, muito cuidado nesta hora.

Observe a vida pregressa do seu futuro escolhido, tanto para a Câmara, quanto para a Prefeitura. Veja se ele ou ela tem tradição de participação política em fatos e eventos de importância para o nosso município.

Observe se ele ou ela foi omisso ou omissa nos grandes debates da cidade. Fique atento se o seu candidato não é um oportunista e espertalhão que na última hora quer passar ou representar aquilo que nunca foi como cidadão ou cidadã de Livramento.

Lembre-se: quem nunca foi cidadão ou cidadã, ou seja, quem nunca participou de lutas e mobilizações em favor de toda a comunidade, não pode merecer o seu voto e a sua confiança.

Pense nisto na hora de votar, ano que vem.    

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Entrevista do urbanista causa preocupação na comunidade santanense



Domingo passado, dia 13 de novembro, no jornal A Plateia, página 5, lemos uma matéria que trazia a palavra de um arquiteto urbanista da associação chamada Ateliê Um. O jornal não informa a que título aquele profissional está trabalhando na pré-restauração da Praça dos Cachorros. Não ficamos sabendo se o arquiteto foi contratado pela Prefeitura Municipal de Livramento, se ele será remunerado, quanto será a sua hipotética remuneração, se está responsável por montar um projeto e por quanto tempo se estenderá seu trabalho. Nada disso se sabe, porque não foi informado pelo jornal.

De qualquer forma, é espantoso o que diz o referido urbanista. Causou-nos grande apreensão as suas palavras, especialmente quando ele afirma que “a restauração deverá levar entre dois e três anos”.
    
É preocupante que uma praça de cerca de dois mil metros quadrados – que, convenhamos, é de reduzida dimensão - possa ficar até três anos sob obras de restauro. Significa afirmar que as obras irão progredir na desabalada velocidade de um palmo por mês.

Outra interrogação que nos deixa pálidos de espanto é a afirmação do senhor urbanista, segunda a qual “o trabalho será longo, de ampla pesquisa e deverá envolver parcelas de Arqueologia”. Ora, ninguém explica, o urbanista não detalhou, e o jornal não perguntou o que significa “envolver parcelas de Arqueologia”.

Será que o urbanista convidado (por quem?) suspeita que a Praça dos Cachorros está assentada sobre um sítio arqueológico de grande valor etnográfico e cultural?

Observem que aí está uma manifestação de grande irresponsabilidade social. O sujeito vai ao jornal, não diz quem o contratou (e o jornal não pergunta), faz afirmações levianas e ligeiras, sem qualquer lastro científico, espalha preocupação na comunidade e a Prefeitura não se preocupa em desmentir ou ratificar o que foi afirmado publicamente em um jornal de grande circulação local.

Com que legitimidade este urbanista faz aquelas afirmações públicas. Quem o autorizou a falar (e tomar decisões que envolvem recursos orçamentários do município) sobre o espaço público de Livramento?

Ou tudo não passa de mera opinião pessoal (e fantasias) de um indivíduo de abnegado espírito público que quer tão-somente ajudar a comunidade santanense de forma gratuita e desinteressada?
       

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O prefeito Wainer só quer beber a limonada



As notícias sobre Livramento, nos últimos dias, dão conta que houve a retirada dos camelôs da Praça dos Cachorros, bem como o cercamento com tapumes deste espaço público desvirtuado de suas funções urbanas por mais de três décadas. Contudo, essas mesmas notícias trazem uma distorção dos acontecimentos que precisam ser recolocados nos termos da verdade factual.  

O prefeito Wainer Machado está contorcendo a realidade em favor de sua administração inoperante e omissa. Por sete longos anos, o prefeito Machado se omitiu da responsabilidade de cumprir a lei quanto à presença de comércio ambulante em local impróprio e junto à linha de fronteira, desafiando assim a legislação municipal – Código de Posturas e Lei do Plano Diretor – e a própria legislação federal que trata das linhas limítrofes internacionais.  

Depois de uma longa campanha cívica iniciada aqui neste modesto blog, em julho de 2010, depois de um ordenamento judicial que obrigou o prefeito Machado a desocupar a praça e realocar os ambulantes, agora este mesmo prefeito vem discursando a retórica do cinismo e do oportunismo. Quer fazer do limão azedo, uma limonada doce e gelada! Dá entrevistas, fala nas rádios e se manifesta como se fora o protagonista número um do processo de legalização e organização do espaço público na linha de fronteira. Não é. Nunca foi.

As mudanças estão se operando porque houve mobilização popular, porque houve pressão social, institucional e política, porque houve a tomada de consciência de autoridades do Ministério Público e do Poder Judiciário. Esta é a verdade factual.

O prefeito Wainer é agente passivo nesta operação, apenas cumpre ordens do Judiciário, nada mais.

Saibam todos que o prefeito Wainer está cumprindo determinação judicial irrecorrível e intransferível, caso contrário poderia sofrer graves sanções e até perder o cargo de chefe do Poder Executivo do município de Livramento. Para piorar a situação, é preciso informar (já que a imprensa local não o faz como deveria) que o município de Livramento é réu em uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público acerca do descaso da Prefeitura para com as irregularidades na linha de fronteira.      
   
O prefeito Wainer está querendo pegar carona numa obra coletiva que não lhe pertence, e ainda assim quer tomar lugar de honra e posar todo pimpão na vitrina dos acontecimentos. Mal conseguindo ocultar a condição de réu, Wainer insiste e teima em fazer proselitismo político-eleitoral, apostando num comportamento espetaculoso e irresponsável.    

Antigamente o nome disso era demagogia, que nos bons dicionários significa “ação ou discurso que simula virtude com objetivos escusos”.  

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Diga não à privatização da água e do saneamento



De forma dissimulada, mas com as piores intenções, a atual administração municipal de Livramento está querendo persuadir a população de que a privatização da nossa água e saneamento nos levará ao céu.

Não é nada disso. Ao contrário, a privatização dos serviços públicos de água e saneamento é um engodo, que não pode ser admitido e tolerado pela cidadania santanense.

Fiquemos alertas! Cuidado com o amigo urso!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Passear na Praça dos Cachorros


Inúmeros depoimentos manifestam a proximidade do prazer em redescobrir - e para muitos conhecer - a antiga Praça dos Cachorros, como o depoimento abaixo de Zuil Pujol, retirado do portal Fronteira da Paz, intitulado Enfim, a Praça.


"Quando estou em Livramento, vou todas as tardes no restaurante Yglú Via Park onde encontro os amigos da confraria que lá formamos há alguns anos. Lá falamos de tudo: futebol, política, literatura e contamos piadas. As horas passam e não sentimos o tempo passar.

Mas não é da confraria que quero falar agora. Acontece que nesses últimos dias tenho caminhado pelo Largo do Internacional e acompanhado as ações que culminaram com a retirada dos camelôs da sempre chamada Praça dos Cachorros. Eles (os camelôs) já não estão lá. Sei que vão voltar para o mesmo local, mas para a rua que passa em frente à praça, em barracas padronizadas construídas pela Prefeitura Municipal. Mesmo ainda, aos escombros, é lindo ver a antiga Praça Rio Branco, depois Gal. Flores da Cunha, mas sempre Praça dos Cachorros.

Cada vez que vou na Yglú, dou numa caminhada pelo agora liberto logradouro público. É claro que os monumentos estão mutilados, assim como a pérgola que está lá no meio, mas gosto de ver as pessoas passeando, com um olhar de felicidade, um olhar de infância, lembrando os tempos em que lá brincavam. Um chegou a me dizer que achava que os cachorros eram maiores . Depois, deu-se conta de que ele é que era pequeno. Mas estava feliz, sorridente, por se sentir de novo criança, passeando pela Praça dos Cachorros. Que nem eu que também voltei aos meus tempos de infância, fazendo aflorar o eterno guri que vive em mim...

Até outra..."

Foto de Daniel  Badra, publicado no site Filhos de Santana

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vida nova na Fronteira


A Fronteira está mudando, tudo depende da vontade dos cidadãos e do poder público.
Cada um tem o seu dever e seu direito.
Vida nova à Praça dos Cachorros, ao Parque Internacional, à Fronteira.
Continue participando, isto é só o recomeço!

Edição de Federico Bonani

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aos ouvintes da rádio RCC FM


Programa "Conversa de fim de tarde"

Estava ouvindo a “Conversa de fim de tarde” da RCC, hoje, 3 de novembro, e gostaria de fazer algumas considerações a respeito dos comentários sobre a prometida desocupação da Praça dos Cachorros.

Quanto ao comentário da juíza Fontoura neste mesmo programa, na terça feira, dia 1º de novembro, ao dizer que as pessoas que ajuizaram a ação não estavam presentes na audiência pública, afirmo que não é verdade. Quem ajuizou a ação foi o Ministério Público Estadual, através do Procurador Marcelo Gonzaga, e este estava presente.

Se a juíza Fontoura referiu-se à família Bonani, que deu início ao Movimento pela Restauração da Praça dos Cachorros, também há um equívoco, pois a Leonilde estava presente, bem como o nosso parceiro desde o início de “Os Filhos de Santana”, na pessoa do Fabian Ribeiro.

Iniciamos um movimento de cidadania e obtivemos o apoio da população e de diversas entidades santanenses. Denunciamos as irregularidades e formalizamos as denúncias a todos os órgãos que julgamos responsáveis pela realidade em que se encontra a linha de fronteira entre Livramento e Rivera.

Entretanto, quando ocorreu a primeira audiência com a juíza Carmem Lúcia da Fontoura fomos impedidos de participar, bem como das demais que aconteceram em sigilo. Respeitamos as deliberações e aguardamos o andamento deste processo no mais absoluto silêncio.  Assistimos calados, como o restante da população, e tomamos conhecimento das ações juntamente com toda a população. Agora, concordar, ou não com os encaminhamentos dados, é outra questão.

Consideramos insatisfatórias as decisões anunciadas visto que, os camelôs continuam em ”lugar provisório” e ilegal; que garantias a população tem de que este "provisório" não levará outros 30 anos? Qual o prazo ajuizado para a restauração efetiva e completa da praça? Qual o prazo para a retirada do tal tapume que circundará a praça? Por que, em todo este tempo não iniciaram o estudo urbanístico de restauração? Por que nunca houve busca de recursos federais para a regularização da linha de fronteira? Por que inexiste projeto sequer para um problema de três décadas? Por que somente a partir do dia 7 de novembro haverá fiscalização da Prefeitura, se é que haverá?  

Continuaremos vigilantes e denunciando as irregularidades até que a Praça Flores da Cunha seja totalmente restaurada e entregue à população, e convocamos a população para assim também proceder.

Abraço,

Laura

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A montanha pariu um rato



Conforme a audiência pública realizada hoje, 31 de outubro, foi determinada a desocupação  da Praça dos Cachorros, da Praça Argentina e do Largo Hugolino Andrade até às 24h do dia 6 de novembro, domingo próximo. Quanto à restauração não há prazo algum. A Praça dos Cachorros será cercada por tapumes de obra e continuará assim vedada à população em geral.

Somente depois do dia 7 de novembro, segunda-feira, com a desocupação, é que a prefeitura providenciará a limpeza dos espaços públicos e os reparos na iluminação e no calçamento com pedras portuguesas, de acordo com a decoração original.  Caberá a ex-estudantes da UFRGS, segundo o prefeito Wainer, a análise e confecção de projeto de restauração arquitetônico das praças. Depois disso, só então a prefeitura irá buscar recursos para a restauração definitiva do local, sempre conforme as palavras do retórico prefeito Wainer Machado. 

Que conclusões tirar das decisões de hoje?

1)      Pouca coisa mudará no horrendo cenário urbano da linha de fronteira.

2)      Os camelôs continuarão na via pública, em local impróprio, ilegal e precário.

3)      A Praça dos Cachorros permanecerá proibida para a população santanense, riverense e visitantes.

4)      A concertação levada a efeito pelo Judiciário teve um resultado pífio e frustrante: a situação de ilegalidade permanece, o espaço público não foi devolvido à população, os camelôs continuam sem um local decente e definitivo, a administração municipal segue improvisando e adiando decisões, o prefeito continua descumprindo o Código de Postura e a Lei do Plano Diretor, bem como a legislação que rege a Linha de Fronteira. 
  
5)      Conclusão final, depois de meses de espera, reuniões sigilosas, prazos decorridos, promessas alvissareiras, segredos de polichinelo, boas intenções e muita retórica das autoridades nos meios de comunicação: a montanha pariu um rato!

sábado, 24 de setembro de 2011

Nem a Justiça tem voz em Livramento, a verdadeira terra sem lei



Se as declarações do secretário Sérgio Aragón feitas nos meios de comunicação,  forem verdade, e tudo permanecer como dantes, em Santana do Livramento as leis só devem ser cumpridas pelos cidadãos que pagam impostos, taxas e tributos e os comerciantes estabelecidos.

Após denúncia aos órgãos competentes, a respeito das irregularidades que ocorrem na linha de fronteira entre Livramento e Rivera, somente os Ministérios Público Estadual e Federal as acolheram.  Depois tentativas frustradas de acordo entre o MPE e o Executivo Municipal, o Ministério Público ajuizou a Prefeitura Municipal e o Judiciário acatou.

Qual não é a nossa surpresa, que nem ao Judiciário o prefeito Wainer Machado respeita. O mesmo Poder Judiciário, que deveria ser a instância última, ao qual a cidadania deveria recorrer em busca de seus direitos e garantias individuais.

A Prefeitura Municipal de Livramento, depois de ser acionada pelo Judiciário, se viu obrigada a publicar um decreto. Decorrido o prazo, ontem, não o cumpriu. E tudo está como antes. Tudo continua como o inoperante prefeito Wainer Machado deseja, sem nenhuma satisfação à população, e as praças entregues ao caos que perdura quase duas décadas.

O que teria sido tratado na “audiência de conciliação” convocada pela juíza de Direito, Carmen Lúcia da Fontoura, com a pauta: “remoção imediata dos camelôs da Praça dos Cachorros”, que ocorreu no dia 28 de abril deste ano, e realizada a portas fechadas, com a presença de autoridades brasileiras e uruguaias?

Por que não aconteceu a segunda audiência agendada para o dia 4 de agosto? Por que não há nenhuma declaração que satisfaça à população? Por que ninguém respeita os prazos acordados entre as partes de responsabilidade pública, entre agentes com fé pública?

Mais uma vez os céticos e os pessimistas acabam tendo razão, quando não acreditam mais numa solução cidadã para o ambiente de deus-dará e de vale-tudo que predomina nos espaços públicos de Livramento.

E a vergonha continua!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Prazo esgotado


Conforme o Decreto Municipal nº 5.797 de 24 de agosto de 2011, hoje é a data limite para a desocupação da Praça Flores da Cunha, conhecida há alguns anos por Praça dos Cachorros.

A propósito, a Prefeitura já iniciou a restauração do cachorro de pedra que está no pátio da Secretaria de Obras? E do outro cachorro que está sem focinho, dos braços do menino jornaleiro, sem esquecer do chafariz, calçada, ...

Vamos aguardar! Continuamos vigilantes e acreditando na ordem judicial que determinou a desocupação e restauração da praça.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Faltam 13 dias

Na foto os irmãos Cristina e Walter Ribeiro sob a pérgola da Praça dos Cachorros que daqui a 13 dias deverá estar nestas mesmas condições.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Faltam 14 dias: 4 dias para a desocupação e mais 10 dias para a restauração


Restam quatro dias para o prazo da desocupação se esgotar. 
Lembrando que, segundo o decreto, o descumprimento acarretará uma multa de R$ 1.000 por dia ao prefeito municipal.

Pescado do blog Filhos de Santana

sábado, 17 de setembro de 2011

Faltam 16 dias para a limpeza da linha divisória



E no Uruguai, quando se dará a desocupação?
Nas fotos a Calle 33 Orientales, no Uruguai, o outro lado da Praça do Cachorros.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Homenagem à Santana do Livramento



Faltam 18 dias para termos a praça limpa e restaurada.

Composição de Érlon Péricles, interpretado por Leôncio Severo, "Diário de um Fronteiriço".

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Muitas gerações já passaram pela Praça dos Cachorros



Observando a imagem de meu pai e meu tio, ao lado de um dos cachorros da Praça, que ilustra o Twitter deste blog, algumas coisas me vieram à cabeça. Na verdade, muitas coisas.

Vendo aquela cena alegre da infância santanense, nos idos de 1940, penso em que espaços urbanos nossa infância de hoje pode ocupar, para se divertir, passear, ou apenas sorrir despreocupadamente como os meninos da foto?

Pelo que sei, a Praça da Bandeira vive já há alguns anos “assombrada” por todo o tipo de pessoas marginalizadas e com mato alto ao redor. Mesmo o Parque Internacional não oferece mais a segurança necessária, mesmo antes do sol se por. Da periferia, dos bairros afastados e esquecidos, melhor nem falarmos, pois seria ainda mais trágico.

E a Praça dos Cachorros? Para começar, roubaram os cachorros e o que sobrou do espaço público que ainda resistia bravamente nos anos 80, está intransitável. Aliás, nada sobrou.

Daí me vem à mente algumas canções e jingles que povoaram nossos anos recentes. O primeiro deles é o velho “Sem medo de ser feliz”, das campanhas de Lula, lembram?

Conversando com o escritor Luciano Machado, ele me dizia estar temeroso do real engajamento da população nessa campanha de recuperação da praça, pois os jovens de hoje não conheceram o local em seu esplendor de espaço público. Se acostumaram ao que hoje está ali. Em outras palavras, tem medo de ser felizes. Ou nem desconfiam o que é felicidade.

Aí volta na minha cabeça a velha canção que diz: “Quando nascemos fomos programados, a receber de vocês, nos empurraram com os enlatados, dos USA, de nove às seis. Desde pequenos nós comemos lixo, comercial e industrial ...”.

Quer dizer, essa geração não consegue visualizar uma cidade renovada, feliz e desfrutável, a exemplo do que acontece nas praças de Rivera (desculpem, a comparação é inevitável), que parecem estar a 100 quilômetros de distância, mas estão a poucas quadras dali.

“Nada mais me deixa chocado”, já prenunciava aquela canção dos Paralamas. Hoje, somos uma sociedade que não teve o mínimo suporte educacional e cultural, está entupida de violência e com medo, muito medo de ser feliz.

Lembro do Parque Internacional como um território ao mesmo tempo lúdico e de resistência. Por ali passaram quantos militantes das organizações de esquerda, que buscavam refúgio no Uruguai dos anos 60? Quantos agentes da CIA, dos serviços secretos brasileiros também? Antes disso, quantos comerciantes, pistoleiros e ciganos no velho Areial ? Agentes e líderes políticos sob a influência das idéias anarquistas, comunistas e depois os partidários de Prestes?

Pela Praça dos Cachorros, então, quantos enamorados se beijaram e também quantos exilados buscaram ali uma visão reconfortante do país que eram obrigados a abandonar?
Logo após a chacina que vitimou quatro militantes comunistas em frente ao Café Tupinambá, no Largo Hugolino Andrade, em setembro de 1950, foi na Praça dos Cachorros que os companheiros de Rivera se uniram para jurar vingança e execrar o arbítrio.

E hoje, onde se reuniriam? Onde está o povo que merece ser feliz? Se esse espaço histórico, ele mesmo é um ator dessa memória, não é justo que o tenhamos de volta?

Por isso, pede-se aos homens públicos dessa terra, ao prefeito, ao intendente e vereadores, o mínimo de responsabilidade com as gerações presentes e futuras.

Não se está pedindo que vislumbrem muito além, como Georges Haussman, que modernizou Paris no final do século 19, com os bulevares que até hoje fazem o marketing da cidade.

Nem mesmo que sejam um Pereira Passos, que saneou o Rio de Janeiro nos inícios de 1900.

Mesmo esses dois grandiosos administradores incorreram em muitos erros, pois mexer com o social nunca será uma receita pronta e fácil.
Não se está pedindo que estas pessoas que hoje ocupam a Praça e o largo até o Teatro de Rivera sejam colocadas “porta-afora”, como foras da lei. Não.

Aí é que entra a responsabilidade dos administradores e políticos, que antes de mais nada precisam regularizar a situação destes comerciantes, legalizá-los e colocá-los em local apropriado.

Vejam os centros populares de compra que surgiram em capitais como Belo Horizonte, Florianópolis ou Porto Alegre e tome-se como exemplo.

O que parece líquido e certo é que da maneira como está hoje, a Praça General Flores da Cunha e o Largo Hugolino Andrade não servem como paradigma de uma cidade turística, moderna e aprazível.

O espaço da Praça deve voltar a ser cristalino e todos aqueles que não tem medo de ser felizes devem lutar por isso.

Essa é a primeira de muitas batalhas que devem vir, na busca de uma Santana e uma fronteira cada vez melhor para todos. A inclusão das periferias abandonadas tem de ser o passo seguinte.

Artigo de Marlon Aseff, jornalista e historiador santanense, autor de Retratos do Exílio - solidariedade e resistência na fronteira (Edunisc, 2009), com exclusividade para este blog.


Artigo publicados neste blog em 20/08/2011
Foto pescada de Artenalinha Reino de Braguay - Nelzita Mª Souza Garcia

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Faltam 25 dias - A saudosa pracinha dos cachorros




Quando se diz que esta é a terra do já teve, algumas pessoas ficam indignadas, como se isto fosse uma heresia ou uma blasfêmia.

Olhando um álbum de fotografias, encontrei algumas que tirei, da Pracinha dos Cachorros, construída há várias décadas por uma defunta administração bem intencionada, numa comunidade mais preocupada consigo mesma e com o bem comum e que ainda zelava pela beleza e pela conservação do passeio público.

Essa pracinha tinha quatro estátuas, muito bonitas, que a decoravam: um menino e uma menina e dois cães, um em cada extremidade, e que ali permaneciam como se fossem os únicos guardiões daquele patrimônio.

Acho que foi entre l984 e l986 que tirei aquelas fotografias.

Posteriormente, num livro da CAPOSAN, encontrei uma foto do João Kelbouskas, que retratava a Pracinha dos Cachorros à noite, num dia de chuva, como que simbolizando seus derradeiros dias.
Nesse tempo ela ainda conservava um pouco de sua integridade e de sua beleza original.

Mas depois, nos anos subseqüentes, foi ficando cada vez mais abandonada, com seus muros e bancos estragados, os cães e crianças mutilados, e acabou, por absoluta falta de ação e articulação dos setores responsáveis (secretarias municipais de administração, urbanização, turismo e planejamento), sendo ocupada pelas barracas dos vendedores de artigos do Paraguai, todos eles irmãos nossos aqui da fronteira que na falta de outras oportunidades de trabalho e de outro lugar para ficar, ali se instalaram, com a devida autorização do poder público.

Pois esse pessoal no princípio até cuidava bem daquela pracinha e alguns por sua conta e boa vontade tentaram recompor as estátuas, fizeram alguns reparos no calçamento, plantaram flores e recompuseram o gramado onde já não havia, como foi o caso de uma senhora que, não tendo espaço em sua própria casa, havia feito ali um pequeno jardim, cujas plantas costumava cuidar, sem prejuízo do seu trabalho.

Infelizmente nem todos pensavam assim, nem tinham o mesmo cuidado. E com o passar do tempo a praça inteira, cujo nome oficial é Praça General José Antonio Flores da Cunha, foi desaparecendo, com seus bustos, seus cães e suas crianças, debaixo das lonas e barracas dos vendedores.

Mas enfim, a culpa não  é deles... Segundo a filosofia popular, se tu permites que eu me instale em tua casa abandonada sem nenhuma restrição de tua parte, e se já não a cuidavas antes disso, porque eu iria cuidar?

Em outras palavras, se os sucessivos governos municipais e os representantes do legislativo (que deviam ser os fiscais do executivo) não se importam com o patrimônio público, nem as demais forças comunitárias com a boa aparência da sua cidade, não podemos esperar que as pessoas comuns, por si sós, em sua grande maioria, se preocupem com isso.

Artigo de Luciano Machado, escritor santanense, publicado neste blog no dia 05 de agosto de 2011.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A praça dos cachorros



Na linha divisória internacional entre as cidades de Santana do Livramento (RS, Brasil) e Rivera (Uruguai) existe uma praça chamada Flores da Cunha. Hoje, ela está muito feia, irreconhecível.

Era um local agradável, local de encontro e convivência fraterna, pacífica, amiga.

Infelizmente, com o passar dos anos e o descaso de sucessivas administrações municipais, a praça acabou virando um aglomerado de barracos improvisados, servindo de abrigo a camelôs e comércio de incontáveis quinquilharias.

A Praça Flores da Cunha era uma homenagem da comunidade santanense ao seu mais ilustre filho. Também era carinhosamente conhecida como Praça dos Cachorros, por causa das esculturas de belos cães galgos. Havia estátuas de crianças e espaço de convivência. Hoje, está abandonada à própria sorte e ao descaso permanente das autoridades.

O lixo se acumula no seu interior, trazendo o grave risco de um vasto incêndio. Há mau cheiro e abandono por toda a parte.

A Praça Flores da Cunha, que já foi de jovens e crianças, agora é o retrato do desprezo do poder público para com a memória do município.

Os santanenses jovens não conheceram esta praça. Ficam surpresos diante da revelação.

Aqui tinha uma praça? Eu nem imaginava! - dizem eles.

A comunidade santanense precisa reagir.

O poder público municipal deve responsabilizar-se pelo abandono da Praça Flores da Cunha, e promover ações administrativas que dêem um destino ao comércio ambulante, e que se faça uma completa restauração do local, tornando-o novamente bonito, agradável e amigável aos cidadãos santanenses, riverenses e sobretudo aos turistas de distintos lugares que a visitam.

Existe o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul - o chamado FOCEN.

Este Fundo disponibiliza cerca de 10 milhões de dólares por ano para o Brasil. O recurso deve ser aplicado necessariamente em faixas de fronteira, como é o caso da Praça dos Cachorros.

À Prefeitura Municipal de Santana do Livramento compete fazer um projeto com o objetivo de se habilitar a receber parte do recurso. O projeto deve contemplar a restauração da Praça Flores da Cunha, do Parque Internacional e um destino digno ao comércio de ambulantes que hoje ocupam área nobre de Livramento.

Prefeito Municipal, cumpra com a sua obrigação!

É o que esperam e exigem os cidadãos e cidadãs de Santana do Livramento, os amigos de nossa cidade e os turistas que nos visitam.

Vida nova à Praça dos Cachorros! Restauração, já!

Publicado originalmente neste blog em 30/07/2010

sábado, 27 de agosto de 2011

Em 40 dias, praça limpa



Por  ordem judicial o prefeito se viu obrigado a determinar a desocupação da Praça Flores da Cunha e seu entorno, além da recuperação e revitalização da Praça.
Conforme o Decreto municipal nº 5.797 de 24 de agosto de 2011, no prazo de 40 dias teremos a praça à disposição da população de santanenses, riverenses, amigos e  turistas.
O Ministério Público Estadual ingressou com a ação civil em desfavor do Município de Livramento e de seu gestor após a denúncia formalizada pelo nosso movimento. Lamentamos que nosso êxito aconteça por uma determinação judicial e não pelo reconhecimento por parte do executivo, de que as praças são públicas e portanto devem estar à disposição dos cidadãos, para nela transitarem livremente. Esta é uma resposta da justiça para os camelôs que diziam: “quero ver quem me tira daqui” e para o prefeito que sempre prometeu aos camelôs que de lá não sairiam.
Entretanto, a pergunta que não quer calar é, onde os camelôs cadastrados serão acomodados até que a prefeitura construa um local digno para os vendedores ambulantes trabalharem? Quando será construído o camelódromo? Ou passarão mais 30 anos à deriva?
E a Intendência de Rivera quando iniciará a prometida obra “Del Passeo 33 Orientales” ?  Isto é, o outro lado da Praça, no lado uruguaio? O projeto está pronto. O que falta então? 

sexta-feira, 6 de maio de 2011

A importante participação da comunidade uruguaia no movimento



Agora que o nosso movimento se aproxima do êxito final, é importante fazer um balanço acerca dos que participaram, ajudaram, divulgaram e se engajaram vivamente na luta pela reconquista da dignidade dos nossos espaços públicos na linha da fronteira.  
Chama a atenção a expressiva participação da comunidade riverense. Os registros eletrônicos que identificam o IP dos computadores e seus locais de origem apontam que metade dos que assistiram o nosso vídeo-denúncia “Vergonha da Fronteira” é formado por usuários e internautas uruguaios. A mesma participação – cerca de 50% - aconteceu no apoio ao abaixo-assinado, seja eletrônico, seja a versão tradicional em folha de papel.
Isso demonstra o quanto os uruguaios também estão insatisfeitos com o descaso do poder público relativamente à ocupação irregular das praças e dos locais de convivência e recreação. Assim, pode-se afirmar que a indignação da comunidade acontece na razão direta da irresponsabilidade da municipalidade. O fenômeno não é exclusivo de Rivera. Livramento, igualmente, repudia com a mesma indignação a falta de iniciativa e o descumprimento legal por parte das autoridades com responsabilidade na linha de fronteira. Incluímos aí, nesta espécie de clube dos acomodados, os Executivos municipais, tanto de Rivera, quanto de Livramento, a Receita Federal, a Aduana uruguaia, a Câmara de Vereadores, o Corpo de Bombeiros, os militares da Comissão de Limites, a concessionária pública de energia AES Sul, e inúmeras lideranças políticas que buscam em Livramento votos nos períodos eleitorais, mas que lavam as mãos para os problemas concretos da nossa comunidade.
O nosso movimento – que reúne meio a meio, brasileiros e uruguaios – está dando vivas lições de civismo e participação cidadã. Só as aprendem quem tem olhos para ver, ouvidos para ouvir e consciência política para refletir.     

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Roliço Lero



O secretário municipal de Desenvolvimento, Sergio Aragon, de corpanzil robusto tem grande vocação para comediante. Suas palavras comovem até as pedras da Praça dos Cachorros, ao dizer que o importante é que “temos um grupo de trabalho na busca por soluções”.


Há três décadas as comunidades santanense e riverense aguardam por iniciativas e soluções do poder público municipal e nada acontece. Agora, o roliço secretário afirma que um grupo de trabalho está na busca de soluções. Mas não diz quais são essas soluções, nem em que prazo ocorrerão.


Já se vê que estamos diante de uma figura que representa um misto de dois comediantes conhecidos: um, o gordo Jô, outro, o falecido Rolando Lero. Ou seja, uma espécie de Roliço Lero de Livramento.


Acima, fac-símile parcial da edição de domingo passado (1/5) do jornal A Plateia.

sábado, 30 de abril de 2011

Um indicador de sucesso: o engajamento dos oportunistas


Na audiência de conciliação marcada pela magistrada Carmem Lúcia dos Santos Fontoura, na última quinta-feira 28, a fim de tratar da desocupação da Praça General Flores da Cunha, mais conhecida por Praça dos Cachorros, todos os intimados e convidados compareceram, como era de se esperar.


A audiência foi vedada a não convidados. A juíza declarou ao jornal A Platéia: “O processo está iniciando, não há nada definitivo. Vamos manter discrição com relação aos atos”. E completou a magistrada: “Queremos conciliar o interesse da comunidade, que quer ver a praça recuperada, com o das pessoas que dependem daquela estrutura e que em algum momento tiveram autorização de ocupar aquele espaço.”


O prefeito Wainer, na saída da audiência, informou que nada do que havia sido tratado poderia ser divulgado, afirmando: “Definimos questões sobre um tema de interesse da comunidade, porém não podemos falar agora sobre o assunto.”


Em respeito à vontade da autoridade judicial e o comprometimento das autoridades em manter o sigilo do que foi tratado, aguardaremos o resultado dos ajustes e obrigações que foram combinados perante o Poder Judiciário.


Entretanto, a comunidade deve permanecer mobilizada, até a efetiva e completa desocupação da praça, seguida da integral restauração dos locais hoje devastados por trinta anos de ocupação caótica, ilegal e degradante.


Um dado inusitado foi a tentativa frustrada do representante dos camelôs, Abdalah Suleiman, de entregar à juíza, uma proposta de projeto para a realocação dos espaços e revitalização da praça. Mais curiosa ainda foi a tentativa de interlocução do vereador Batista Conceição (PSB), que até a presente data nunca tinha se manifestado sobre a vergonha da fronteira, a exemplo de todos os seus pares da Câmara de Vereadores de Livramento, que sempre tiveram uma atitude de omissão contemplativa para com o problema da Praça dos Cachorros e o constrangedor caos da linha da fronteira.


Um indicador seguro de que a situação se aproxima de um desfecho definitivo – a desocupação e a restauração das praças públicas – é que os oportunistas e adesistas de última hora começam a surgir aqui e acolá, na tentativa de pegarem carona na mobilização cidadã da comunidade santanense e riverense.


Quando os oportunistas se engajam é porque um movimento – que começou improvável e cercado de ceticismo – passou a ser tocado pela faísca do êxito. Êxito esse, sempre coletivo, cidadão, inominado, politizado e apartidário.